quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um fio de linha marrom no meu paletó


Deixei rastros.


Um pouco de mim ficou em lugares até então desconhecidos. Tudo mudou depois da minha passagem por Brasília.


Agora sei que os anjos da Catedral vão sentir menos frio, que o Alex vai precisar dar uma conferida na roupa antes de sair do carro, que a Lis vai lembrar de mim todo vez que for varrer a casa, que a “Elvira Matilde”(loja que a Lis queria muito me apresentar) vai ligar seus aspiradores de pó na velocidade 5, que os homenzinhos da exposição “De Brasília à Tropicália” vão pegar o primeiro ônibus que passar e que a estátua viva da Feira do Paraguai vai me ver morta de vergonha.


Minha blusa de linha marrom quase não existia mais no final de um dia muito intenso. É nisso que dá comprar roupa de frio em promoção. (Leia-se: Riachuelo, 40 reais, em 5 vezes.) Achei que estava arrasando. Juro!


Lula precisa criar o “Bolsa Inverno”. Ou melhor, o "Blusa Inverno". Se duvidar, até ele vai ter um pedaço de linha marrom no paletó. Se junto for um fio de cabelo preto, vai ser confusão na certa.


Dona Marisa, juro que fui a Brasília bem intencionada!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O valor de cada coisa.


O orégano sobre a pizza não é só um detalhe.

Nem o delineador passado delicadamente sobre a pálpebra.

O lençol com cheiro de amaciante é, na verdade, tudo o que faltava.

Assim como o suco feito da fruta colhida no quintal de casa.

Não é detalhe o salto-alto em dia de auto-estima baixa.

Nem é sem importância o chapéu no dia em que a gente precisa colocar as idéias no lugar.

A moedinha para a máquina de café é essencial.

O posto de gasolina quando a luz da reserva acende, também.

Não é só um detalhe ver uma estrela caindo. Principalmente quando a gente deseja realizar um sonho.

Não é só um detalhe saber quem é o nosso anjo da guarda, pois é sempre importante conhecer quem acompanha a gente.

O detalhe determina o valor de cada coisa. Não é à toa que a torta decorada com cereja é a mais cara da padaria.