Amo foto e não tenho máquina. Nem digital. Aliás, minto, lá em casa tem uma Kodakossauro Rex. Conhece? (Não. Claro que não, né?) É um modelo muuuuuuuito antigo que precisa de filmes. Na verdade, essa é do tipo que adoooora fazer surpresa! A pessoa espera até “bater” a 36ª pose para mandar revelar e muitas vezes ainda é obrigada a escutar: “só prestaram 30 poses”. Ou: “queimaram todas”. (Como assim? Queimaram? Nossa, mas eram justamente as fotos da minha formatura!)
Até que as digitais vieram com tudo. Detalhe: sem filme e sem surpresa. Você faz a pose e logo em seguida vê o resultado. (“Não, vamos tirar outra! Saí dormindo”. “Nã, fiquei esquisita. Tira outra!”. E por aí vai...)
A novidade é boa, mas banalizou a coisa da foto. Não é preciso mais nada, nem um bom motivo para fotografar. A toda hora você pode posar e ver o resultado. E, detalhe: todo mundo agora virou fotógrafo. Com um pouco de sorte e alguns pixels a mais é possível ter o mais belo pôr-do-sol de todos e arrasar.
Engraçado mesmo foi conversar outro dia com um amigo publicitário, diretor de arte. Orgulhoso ele tirou da carteira a foto da filha de 3 anos. Menina linda, por sinal, mas toda “photoshopeada”: cor do cabelo, dos olhos, dos dentes. Deu vontade de perguntar: como é ela mesmo? (É isso. Tão mascarando até as maravilhosas imperfeições das crianças.)
Conclusão: todo mundo fica bem na foto. Não tem mais aqueles olhos vermelhos horríveis, lembra? Não tem mais gente com ruga. Não tem mais pele manchada. É todo mundo meio capa de revista. Beleza, né? (As feias que me perdoem, mas a digital e o photoshop são fundamentais).
Mas quer saber? Eu amo mesmo é uma LOVE. Lembro-me de uma viagem que fiz ao Rio de Janeiro com uma na bagagem. A bichinha era descartável, mas funcionava direitinho (Alguém lembra dela?). Era só revelar e ganhar outra no ato. Bacana também era poder distribuir as duas fotos menores que vinham coladas na foto grande. Era sempre uma farra.
Mas tudo bem, eu sei que tudo passa e, pra não queimar minha imagem de mulher moderna, vou aderir sim à máquina digital, como já aderi ao notebook (meio relutando). Diga, XIS, vai!
Um comentário:
LOVE. Tentei puxar pela memória, mas num deu, não lembro dessa cidadão não.
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