sábado, 12 de janeiro de 2008

Cabana, casinha na árvore ou ficar detrás da porta?

Pode ser uma cabana feita de lençol ou uma casinha em cima da árvore preferida. Tudo vale. Às vezes dá vontade de sumir, ter um esconderijo. Quando a gente é criança isso fica mais fácil. Ficar atrás da porta já resolve. (Existe forma mais fofa de se desconectar de tudo?)

O nome pra isso é FUGA. É uma forma de se distanciar dos problemas, do que incomoda, do que não faz feliz.


Nos desenhos animados isso é ainda mais fácil. De repente o personagem tira do bolso um desenho escuro, oval, joga no chão e entra nele, evapora. (Viva o lúdico!)

Ando tentando encontrar refúgios em mim. (Seria ridículo alguém me encontrar debaixo da cama, por exemplo.) Me desligo escrevendo, trabalhando, ouvindo música, lendo um bom livro, rezando, ou, simplesmente, fechando os olhos e buscando meu mundo perfeito.

A doença do meu pai está sendo, ultimamente, o grande motivo das minhas fugas. Quero, por exemplo, passar todo o tempo do mundo com ele e, ao mesmo tempo, ficar só comigo. (Olha que paradoxo!) Me consumo ou ver as dores e dificuldades dele. Não sei o que fazer para ajudar. Não sei o que falar. Não sei. Simplesmente não sei. Deviam ensinar isso na escola. (A gente nunca sabe quando vai passar por uma situação como essa.) Mas já aprendi que isso é coisa para a vida ensinar. As aulas têm carga-horária de 24 horas por dia. Sem direito a férias. É bom não cochilar.

A vida tem me ensinado, por exemplo, que é preciso ficar atenta pra não se desconectar por muito tempo. A grande verdade é que, pior do que encarar a dor, é sentir a sensação de vazio por ter deixado de viver o dia-a-dia. A gente tem dias perfeitos, legais, mais ou menos, péssimos e outros que nem deveriam ter existido. Pras últimas opções aí, vale apelar para as cartas, aos universitários ou, ainda, aos refúgios. Por favor, amigo, se você me encontrar atrás de alguma porta, não me leve a mal.

4 comentários:

Anônimo disse...

Esses momentos sempre nos encontram, tudo pode ficar mais fácil dependendo das causas e fins que a eles se determina. Em muitos momentos o que vale é você acreditar ou não nas muitas explicações que ai existem. Eu acredito que foi para esses momentos que viemos, para aprendermos a dar conforto e a confortar-se. Você não sente diferente das outras pessoas, mas pode encarar e consolar de maneira diferente. Um dia eu compreendi que não importa muito de onde vem ou pra onde vão as pessoas, o importante é o que convivemos com elas, pois sempre virão e irão independentes de qualquer coisa. Ter medo da morte não significa que não estejamos preparados para morrer ou perder, pode significar apenas que damos valor a vida ou a importância das pessoas. Um dia esse seu momento ruim será passado, diga a seu pai aquilo que você deseja, não espere. Enquanto a fuga, às vezes ela é necessária para que você se fortaleça em si. Quanto às lições de problemas como esses, só saberemos as suas notas no fim.

Anônimo disse...

eu me escondo é junto. nem digo nada prometo. beijo.

Anônimo disse...

Entendo perfeitamente quando você diz que encontra refúgio escrevendo. Eu, por exemplo, ainda não encontrei melhor maneira de libertar as minhas angústias. Quando vejo as palavras se ligando e dando sentido exato àquilo que me importuna, sinto-me compreendido e confortado.
Respeito as diversas formas de fuga, todos precisamos tê-las. Gosto de acreditar que somos perfeitos demais, capazes demais e sentimentais demais para simplesmente irmos embora para sempre. Não fomos criados para entender a morte; Nosso papel é entender a vida para vivê-la de forma plena. Um dia iremos deixar e perder pessoas que amamos, e eu posso dizer que, quando minha vez chegar, não direi adeus. Pois não sou como a ovelha, que para alimento, limitada apenas ao instinto, veio para ser sacrificada. Nós, todavia, conhecemos o amor e naturalmente desejamos ser eternos, porque fomos feitos para a eternidade.
"Porquanto a vontade de meu Pai é esta: que todo aquele que ver o Filho e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." (João 6:40)
Referi-me à morte, porém enquanto houver vida estarei acreditando veemente nela.
Amo-te, tia querida.
Rômulo Pereira

Leyla Tidinha disse...

passei por aqui viu??? fico encantada com o que vc escreve... paro, penso , reflito...e tomei uma decisão;;quando crescer quero continuar me inspirando em você!
Te amo demais.
Beijos!!