segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O anjo e o dragão

Ela carregava um dragão nas costas. E se orgulhava dele.

Era uma forma de se sentir única. Diferente. Gostava disso.

A figura tatuada era o oposto da Renata. Ela era levinha. Sorria muito fácil. Acho até que, diante do sorriso dela, o dragão se encolhia de tanta vergonha.

Além de leve, Renata era colorida. Algumas de suas telas (leves e coloridas) demonstravam bem sua sensibilidade. Acho que essa era a sua melhor forma de expressão.

Na última vez que nos vimos ela me apresentou o tal dragão. Seus olhos brilhavam de satisfação e eu saí da sua casa feliz ao vê-la leve como sempre.

Essa foi nossa despedida. Nem teve um abraço mais apertado. Foram só beijinhos e tchauzinhos bem fajutinhos, desses que são dados quando temos a certeza de que “logo mais a gente vai se ver de novo”.

Agora, ela virou anjo... (Esses cabelos de cachos nunca me enganaram, viu ?!) Seguiu em paz com o seu dragão. Ficou a saudade e a sensação de que a gente poderia ter conversado mais, se abraçado ... Ah, e faltou dizer que eu gostava muito de você!

Mas vá lá, minha lindinha! Faça bonito! De repente as nuvens podem se transformar em massa de modelar e o céu uma grande tela pra você brincar a valer.
Vou ficar daqui, olhando pra cima!

5 comentários:

eu que fiz disse...

já vi que as estrelas vão dividir espaço com alguém muito especial de agora em diante.
certamente uma delas vai te brilhar e te sorrir mais.

amo tu.

TUDO É, DESTAQUE. disse...

Sempre achei que vc´s se pareciam. Principalmente, no que se refere ao "ser diferente" , criar moda, ser autêntica. Além do mais, possuidoras de uma grande inteligência e sensibilidade.

Obrigado Jeane pela homenegem a minha irmã, Renata. Ela adorou! Tenho certeza.

Anônimo disse...

É uma passagem, para alguns. Para outros, simplesmente, início, meio e fim. E há quem não se importe com o que virá, e se virá.
No entanto, a vida é um fato comum às diversas crenças do por vir. E é aqui, vivendo, desenhando, pintando e escrevendo, que temos que eternizar a beleza do ser interior.
Sou adepto ao clichê que diz que toda pessoa deve ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. E por que não pintar um quadro também?
Não conheci a Renata, mas sei que ela pintava. E tenho certeza que quem não a conheceu, conhecerá ao ver sua arte.
Uma parte dela foi encontrar com as estrelas, a outra continuará nas cores, nas curvas e nas formas de cada paisagem.
Jeane, parabéns pela homenagem. [=

Anônimo disse...

Ela era os dois, a beleza do anjo e a impetuosidade do dragão. Talvez o dragão fosse sua coragem para lutar e fazê-la forte, o anjo a forma de dizer quero ser feliz, cuida de mim. Nessa história o dragão guardava o anjo. Um dia o dragão adormeceu e o anjo partiu.

Anônimo disse...

Das muitas coisas que se pode observar de um ser humano, eu prefiro sempre ver o coração. Renata tinha um grande coração, ela sabia disso bem como era também ciente de toda sua situação. Sua sinceridade era tão marcante que muitas vezes os confrontos com a nossa atual forma de viver eram inevitáveis. Tenho muita saudade do seu abraço e do seu magnífico sorriso. Sua inteligência me enchia os olhos, sua doçura me punha a pensar desafiando-me com seu dragão. Uma das coisas que de fato me orgulha, foi ter conhecido nessa vida alguém como ela, você é uma obra prima. Linda amo você