terça-feira, 29 de abril de 2008

Vida de lápis


“Eu sou um lápis. Eu sou racional. Eu uso a cabeça pra fazer as coisas.

De mim saem palavras, gritos e gestos engessados nas entrelinhas.

Eu falo tudo do meu jeito, até por meio das reticências que nada mais são que três pontos sem nenhum pingo de juízo... Soltos...

Meu corpo é esguio. Preciso ser sustentado por alguma mão. Aliás, preciso do coração daquele que me segura para poder fazer o que é certo, dentro da racionalidade que busco. Mas se eu trocar as letras, escrever torto ou “disser” alguma mentira? Calma. Tem sempre uma borracha na outra ponta para desfazer tudo. E assim, vou deixando meu rastro.

E se eu cair no chão e perder a cabeça? Não vou ficar desapontado. Juro. Minha dona tem um apontador cego que me “acerta” pelo tato.

Por tudo, gosto do tato. Da delicadeza das mãos firmes. Só não suporto quando elas fazem contas erradas ou cartas de despedida. E, principalmente, quando elas me descartam, me substituindo por algum teclado de computador sem pé e nem cabeça.

Só espero que os legítimos registros, aqueles que trazem rastros de borracha, páginas amarelas e letras rasuradas, não se apaguem com o tempo.

Eu sou um lápis. Sou racional. Eu uso a cabeça e sei que ter um diário é bem mais significativo que ter um blog.”

(Viajei na nova campanha publicitária do Banco Itaú. Dela veio toda a inspiração para fazer este texto. Acho que gostei!)

AH, A FOTO É DO JAYLSON! (Brigada pelo empréstimo!)
TEM MAIS NO: http://www.flickr.com/photos/jays-world-sight

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A gente não quer só comida.

Gosto da sinceridade da Coca-Cola. Faz mal e pronto. Todo mundo sabe, ela não desmente e, mesmo assim, todo mundo quer. É um envenenamento consciente. Pra não pesar muito a consciência, nem a balança, a gente até recorre às versões mais boazinhas, tipo: light, zero... E assim a gente se envenena, mas não engorda. Legal essa Coca!

Ando cismada mesmo é com a cara de pureza dos tomates, das alfaces e dos morangos. É só cara, viu? Só pose! Aí a gente quer comer tomate porque tem licopeno e vitamina C (OK!). Aí a gente quer alface, porque tem Vitamina A, cálcio, fósforo e ferro (OK!). Aí a gente quer morango porque, antes de mais nada, é uma delícia (OK!). No final das contas, sobra agrotóxico. Uma média de 40% a mais do que o permitido, segundo a ANVISA. Isso significa que, diferente da Coca, a gente anda se envenenando inconscientemente. E o que é pior, a gente deixa de dar Coca-Cola para nossos filhos para dar tomate, alface e morango. (Aloprei agora! Enzo não pode ler isso NUNCA!)

Ah, detalhe, vi em uma reportagem que esse tal de agrotóxico não sai nem com água sanitária, nem com água quente, nem com vinagre, nem com limão, nem com soda cáustica. (Será se já testaram Coca-Cola?)

Triste essa falta de transparência. Descobri que comer é algo absolutamente desonesto. “Eles” começam comendo o dinheiro da gente por meio dos impostos salgados (e quem tem pressão alta?), depois arrasam a qualidade. Aquilo que não tem agrotóxico tem hormônio ou conservante. (Eu como ou choro?)

Tá, de repente, falei abobrinha demais (Dá um desconto!). Acho que ando comendo muito tomate. Agora o que acontece se o cardápio for salada de tomate e alface, acompanhada de uma latinha de Coca-Cola estupidamente gelada, e na sobremesa vier uma fatia de uma linda torta de morango? (Morre quem souber). Na dúvida, fique só com a Coca-Cola. Pelo menos ela é mais transparente. Especialmente as de garrafa. Afinal, a gente não quer só comida.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A necessidade é a mãe do talento

Tenho a mania de ler livros, textos e matérias interessantes associando-os às pessoas especiais que vivem em meu mundo encantado. Ao me deliciar com um texto muito legal do Eugenio Mussak, escrito para a revista Vida Simples, pensei na Jesus (publicitária, companheira de trabalho e AMIGA). No outro dia, repassei o link, tinha certeza de que ela iria se identificar com o conteúdo. (BINGO!) O texto abaixo é a resposta. Veio como um presente.

(AMIGA, senti até nas entrelinhas a força do seu talento, dom e vocação. Ah, e da sua coragem, também! Boa sorte em tudo. Amo você!)

A seguir, segue o link com o mesmo texto que enviei para Jesus. É muito legal!

http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/064/pensando_bem/conteudo_269913.shtml

Beijos.


A NECESSIDADE É A MÃE DO TALENTO
Hoje uma AMIGA, assim mesmo com letras destacadas porque ela é um desses anjos raros que Deus coloca em nossas vidas, me passou uma matéria que me relembrou a diferença entre dom, vocação e talento. Pra você, lembrar também, resumidamente: o dom é inato, genético ou um presente de Deus, como alguns preferem. Eu prefiro; o talento pode ser desenvolvido, é resultado de treino, disciplina e obstinação; a vocação, como o próprio nome sugere, é um chamado a fazer algo que dá prazer, que se tem certa facilidade em executar, mas que necessita também de dedicação e treino.
Eu, simples mortal, não nasci com nenhum dom, recebi vários presentes de Deus, mas o dom não foi um deles. E aos 32 anos de repente me vejo com uma tremenda falta de vocação. Sabe aquela falta de prazer em tudo que fazemos? Aquela vontade de ficar na cama, quando nem gostamos de ficar deitados? Aquela pergunta: o que é que estou fazendo aqui? Logo eu que sempre fui de arregaçar as mangas e correr atrás , fui abatida por essa “doença”. A parte boa é que com o diagnóstico podemos partir para o tratamento, quem sabe a cura. A questão é que quando chegamos a um diagnóstico como este, e isso não acontece de uma hora pra outra, no meu caso levou 2 anos, o tratamento é o que podemos chamar “de choque”. E a única saída é sair. Colocar um ponto final e começar novamente. Se não der pra escrever uma nova história, pelo menos virar a página. Isso não é fácil. E o primeiro passo é assumir a doença. É como assumir um alcoolismo e deixar de lado essa de “quando eu quiser eu paro”, no caso, “quando eu quiser eu deixo tudo e parto pra outra, estou só esperando o melhor momento e uma oportunidade”. CHEGA! O melhor momento não vai chegar e muito menos a oportunidade, porque o melhor momento é agora e as oportunidades estão por aí. Tem horas que é preciso chutar o balde, derramar água fora da bacia, jogar areia no ventilador, tomar uma decisão, fazer uma loucura. A denominação não importa. Importa o sentido: voltar a viver, buscar a felicidade.
Imagino que tem montão gente por aí sofrendo do mesmo mal e infelizmente ainda teve coragem de tomar a sua decisão. Eu sei que isso é muito difícil, ainda mais quando olhamos pro lado e vemos um filho, o companheiro, pessoas que economicamente e até emocionalmente estão muito ligadas a nós e são diretamente afetadas por nossas decisões.
Pra essas pessoas o que tenho a dizer é o seguinte: descobri que a minha falta de vocação foi causada por mim mesmo. Porque me acomodei, porque tive medo de arriscar, porque separei o trabalho do prazer, porque deixei minha vida de lado fui na onda do “deixa estar pra ver como é que fica”. Foi preciso “levar na cara”, ou melhor, no coração, pra poder acordar. E nossa! Como é bom acordar. E por estar bem acordada é que descobri que o desemprego não é um pesadelo tão ruim assim. Todos nós podemos recomeçar. Pesadelo maior era o que estava vivendo. E por estar bem acordada é que descobri que posso não ter nascido com um dom e ainda não ter ouvido a minha vocação, mas sou muito talentosa.
Pra essas pessoas, o mais importante que eu tenho a dizer é o seguinte: Se o talento pode ser desenvolvido, é resultado de treino, disciplina e obstinação, então ele é o oposto da acomodação, mesmo que seja em uma situação confortável. E acreditem: a necessidade é a mãe do talento. Se necessário for você vai descobrir, como eu descobri, o quão talentoso você é.
Jesus Rufino - 26/03/2008

O anjo tem nome: Jeane Melo, como tantos outros que Deus também colocou na minha vida. São tantos que nem caberia aqui a lista de nomes.

sábado, 12 de abril de 2008

Um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você.

Beijar é palavrinha delicada, simpática.

Na gramática, está classificada como verbo. Por isso, pede atitude.

Mas pode até ser adjetivo, também. É comum se dizer que fulano é beijador.

O ato inspira poetas, compositores e gente que gosta de se alimentar de saliva.

E por falar em saliva, tem beijo para todos os gostos: de comadre, de esquimó, de desentupir pia, de respeito, de despedida e até beijo técnico.

E nem é preciso estar muito perto. O beijo pode ser só um “wink” do MSN. O importante é o sentimento que está por trás dele.

É claro que, em alguns momentos, ele apenas faz parte de uma formalidade. Mas mesmo nos cumprimentos do dia-a-dia, o beijo pode ser bacana. Especialmente se depois dele vier um abraço carinhoso. Gosto disso!

Mas o assunto é complexo demais. Judas beijou Cristo antes de traí-lo. (Que horror!)

E tem gente que beija de olho aberto. (Coisa mais triste!)

Outra: tem gente que nem beija! (Nesse caso, fique de olho aberto.)

Tudo isso é pra dizer que amanhã, 13 de abril, é o DIA INTERNACIONAL DO BEIJO.

Vai valer tudo: beijo de filho, de marido, de namorado, de avó, de mãe, de irmão, de pai.

Se eu fosse criança, ia brincar de “pêra, uva, maça ou salada mista”. Delícia, né?

Mas eu cresci, e agora só quero mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai, e pra você.

Ah, e outro pra Xuxa!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Bial, eu não tenho nada contra ela, mas tenho que votar em alguém.

Não consigo entender o sentimento “gisellístyco” que ficou.

Até me esforcei, mas achei demais encarar a “sister” como REPRESENTANTE do meu amado Piauí, como muitos entenderam. (Em qual categoria, hein?) Para mim esta foi mais uma imagem equivocada que apareceu em rede nacional. Agora “eles” vão entender que piauiense é esquisito, fala errado, gosta de dar patada nas pessoas e não sabe passar fio-dental nos dentes. (Valha!)

Me assustei com a repercussão. Uma multidão foi recepcioná-la no Aeroporto em um dia muito difícil. Foi decretado no Piauí ESTADO DE CALAMIDADE por conta das chuvas que caíram nos últimos dias. Eu até acho que quem merecia ganhar uma espiadinha a mais eram centenas de famílias desamparadas e desesperadas. Enquanto isso um carro do Corpo de Bombeiros não estava na sala de justiça, mas desfilava com a Gy por aí. Sério!

Pior que isso é pensar que ela pode virar referência para muitas meninas. Além de falar mal o português e o francês, conseguiu ir ao BIG BROTHER, vai pousar nua e, quem sabe, gravar um comercial para o Activia. (A Grazi já é garota-propaganda do Nesvita, viu?)

Agora, me diga, onde está o que realmente importa, hein? O Piauí ficou melhor depois disso?

Para mim, os grandes assuntos do momento são: Sarah Menezes, nossa representante em Pequim, e as duas escolas piauienses que estão entre as 20 no ranking das melhores do Brasil.

Isso agrega. É futuro. Eleva a nossa imagem.

Onde tem esporte e educação tem uma folhinha verde com uma esperança grudadinha sobre ela. Porque não dizem isso depois do intervalo comercial?

Vou esperar. Plim-Plim!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Em um dia de Abril


O tempo fechou. São Pedro abriu as torneiras do céu.

Abri a sombrinha do homem-aranha e saí para enfrentar uma cidade que acordou diferente.

Alguém disse que se sentia em São Paulo. Isso é bom ou ruim? Abri o sorriso ao pensar nos dois extremos.

E o dia seguiu. Liguei o computador. Abri arquivos, a caixa de mensagem e mergulhei no dia-a-dia.

Teve pausa para a indignação. Dei entrevista pra falar da falta de assistência aos diabéticos. Onde está a lei que garante a medicação gratuita? A verba desceu por água abaixo ou escorreu pelo ralo de algum lugar? Soltei o verbo e abri o coração de mãe.

E voltei pra casa. Abri a porta do quarto do Enzo. Ele dormia bem tranqüilo. Quis entrar em seus sonhos.

A agitação abriu meu apetite. Tinha franguinho na mesa. Com asinhas abertas e tudo mais.

E teve uma boa surpresa. O sol abriu. O céu clareou. Cadê São Paulo? E São Pedro? Meu cabelo agradeceu.

Agora o clima tá bem gostoso. Abri a garrafa de café para esquentar por dentro.

Em um dia de Abril, a gente tem que seguir esperta. Tudo pode acontecer. A gente abre a mente, mostra os dentes e segue. Com ou sem chuva.

terça-feira, 1 de abril de 2008

A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer.

Mário Quintana escreveu um dia esta frase. Tudo a ver com o nosso primeiro de abril!

Ele era realmente uma delicadeza de pessoa. Não conseguindo chamar alguém de mentiroso, deve ter inventado essa aí.

Mas é porque mentira é palavra feia. É melhor dizer que fulano faltou com a verdade. Boa!

Com o tempo aprendi que me ensinaram tudo errado. Mentir não faz o nariz crescer. (Prometi que não vou contar essa para o Enzo.)

E outra: mentir é uma arte. Talvez um DOM. É mais ou menos assim: tem gente que nasceu para mentir. (Aff!)

Às vezes é uma necessidade. Pra ser sociável a gente vai colecionando umas e outras. Aí chega a colega com uma franja horrorosa e pergunta: “gostou, mermã?” (Ô gente, prefiro não ser tão sincera!)

Mentira é coisinha desengonçada. Dizem que ela tem até pernas curtas. Mas isso pode ser outra mentira. Nunca vi uma mentira caminhando por aí. Já vi mentirosos com pernas curtas, isso é outra história.

Agora tem uma verdade que preciso dizer: a pior das mentiras é aquela que mexe com o sentimento. Por exemplo: dizer EU TE AMO sem sentir, deveria ser crime. Ligar o botãozinho “esperança” nas pessoas, quando não se tem nada a oferecer, deveria nem dar chance a defesa.

Mas a verdade é filha do tempo. (Li isso em algum lugar. É outra boa frase.) De um jeito ou de outro ela aparece. Assim, como quem não quer nada. Só pra fazer prevalecer o que é certo.