Por ajudar a fortalecer a minha fé na Santa Paciência.
Por me provar que “quem espera sempre alcança.”
Por me fazer ver que nem sempre é possível “vencer pelo cansaço”.
Por aumentar a minha descrença nas leis que regem o nosso País. Principalmente aquela que diz que crianças e idosos é sempre prioridade. Especialmente quando tiverem doenças crônicas, como é o caso do diabetes tipo 1.
Por ajudar a fortalecer o estereótipo de insensibilidade de muitos gestores que cuidam da coisa mais linda e sagrada que existe: a vida das pessoas.
Por colaborar com o meu entusiasmo pelo trabalho para poder manter financeiramente a pesada rotina de insulinas e glicemias. Sem economia. Quantas vezes forem necessárias.
Obrigada, especialmente, por me fazer refletir sobre o tempo e sobre a fé. A última vez que pedimos a medicação do meu Enzo foi em Novembro de 2007. Só no dia 21 de maio de 2008, GRAÇAS A DEUS, meu filho de 3 anos, diabético desde os 9 meses de vida, recebeu aquilo que é dele por direito. Sim, seis meses depois. É assim que o SUS e a Fundação Municipal de Saúde garantem o direito das crianças. Isso quer dizer que, nesse ritmo, meu filho receberá medicação apenas 2 vezes por ano.
Daria para ele ter tido cetoacidose, hipoglicemias severas e hiperglicemias que, a longo prazo, poderia resultar em cegueira, insuficiência renal, amputação de membros e mais um tanto de mazelas terríveis. Daria para ele ter “ajudado” a “onerar” os cofres públicos com dezenas de internações. DARIA PRA ACONTECER COISA MUITO PIOR QUE ISSO, SABIA? Mas Deus é maior que tudo isso.
Minha indignação é tão grande quanto o tempo que a gestora do SUS em Teresina, Dra. AMARILES BORBA, que mora no mesmo prédio que eu moro, leva para viabilizar a medicação de quem é amparado por uma lei justa, que não discrimina, mas que não é praticada.
Vale lembrar que antes da lei Nº 11.347 passar a valer de fato, o que aconteceu em setembro de 2007, já havia acionado o MINISTÉRIO PÚBLICO. A partir daí foi firmado um acordo entre a Promotora Denise Aguiar e o Secretário de Saúde do Município, Dr. João Orlando. Na prática, PASSAMOS A RECEBER A MEDICAÇÃO, SÓ QUE SEM REGULARIDADE ALGUMA. O fato é que O DIABETES NÃO ESPERA. MATA MESMO. E mais: é epidemia. Isso quer dizer que a demanda só vai aumentar.
Por último agradeço a Deus pela força e rezo pelos pais de crianças diabéticas que não tem sequer cultura para reivindicar os direitos dos filhos.
E A GENTE SEGUE COM MUITA FÉ.
OBRIGADA POR TER LIDO O MEU DESABAFO.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
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4 comentários:
Infelizmente a realidade da saúde no nosso pais só pode ser expressada por desabafos como o seu, mas como você mesma disse, Deus olha sempre por nós!precisando tamo aqui... abraços
Há que se chegar um dia em que as pessoas sairão de seus pedestais idolatrados e se sentirão mais humanas, afinal nossa realidade é diferente daquelas pessoas que se julgam inatingíveis. Venceremos, mesmo com essas pedras no caminho, nesse caso, um pedregulho, então vamos passar por cima dele. abraços.
é mesmo uma vergonha.
precisamos desabafar mais vezes.
Saúde nesse país virou caso de polícia e de política. O povo, que faculta o poder pra ser beneficiado por ele mais adiante, esse que se exploda. Os burocratas não têm mãe, o Enzo tem.
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